Como promover a interação social da criança com autismo?
Nós somos seres sociais. Isso é um fato! Entretanto, para as pessoas com autismo, a interação social pode ser um pouco mais difícil. Isso se dá pelas alterações que o transtorno causa.
Contudo, algumas atitudes ajudam a deixar os ambientes mais acolhedores para todos. Um jeito de tornar a nossa sociedade mais inclusiva e respeitosa com as diferenças.
Continue a leitura e entenda como você pode contribuir na interação social de pessoas com autismo!
O autismo e a interação social
Para criar um mundo mais acolhedor e respeitoso para pessoas autistas, é preciso transformar nossos espaços.
Como sabemos, não há apenas um tipo de autismo. O TEA inclui diversos subtipos e níveis de comprometimento, dos mais leves aos mais graves. Entretanto, todos estão relacionados com dificuldades de comunicação e interação social.
Leia mais: Conheça os principais tratamentos e terapias para o Autismo
Nos níveis mais leves, há pessoas que são independentes e levam uma vida comum. Algumas nem sabem que são autistas — o diagnóstico tardio em adultos tem sido, inclusive, cada vez mais frequente. Por outro lado, há condições que requerem observação constante e acompanhamento especializado.
A princípio, para compreender o processo de interação social das pessoas com autismo é necessário entender que o funcionamento neurológico que afeta as funções de ensino e aprendizagem, ocorre de forma diferente.
Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há muito para evoluir quanto à conscientização, tanto do TEA quanto às questões de acessibilidade.
A construção de uma sociedade inclusiva requer divulgação científica e propostas de leis específicas para melhorar a saúde e qualidade de vida de quem possui o transtorno. Mas também pode começar por nós e incluir a empatia em todos os níveis de relacionamento social.
A comunicação e aprendizagem das crianças com TEA
É importante que a criança com TEA tenha um acompanhamento multidisciplinar, de acordo com todas as suas necessidades. Nesse processo, psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e pedagogos são envolvidos.
Na comunicação, o TEA pode afetar as crianças de forma muito variada, a depender do nível de comprometimento físico ou intelectual. As habilidades verbais e não-verbais podem ser muito prejudicadas em alguns casos. A incapacidade de manter a conversação é uma característica muito comum, que está associada ao uso repetitivo da linguagem.
Nas interações pessoais, algumas crianças com autismo não prestam atenção em outras pessoas por muito tempo. Da mesma forma, é comum que elas desenvolvam pensamentos visuais, e fiquem mais atentas a imagens do que palavras.
Algumas crianças podem, ao mesmo tempo, demonstrar um interesse precoce por letras e números, o que leva ao aprendizado super focado em áreas específicas de conhecimento como astronomia, música ou matemática.
A interação social tem um papel importante no desenvolvimento infantil. Muitas habilidades cognitivas se completam na infância, e para facilitar o aprimoramento e o desenvolvimento da criança como um todo, o convívio e o compartilhamento de experiências são fundamentais.
A relação com a família
Como dito anteriormente, cabe à família buscar apoio profissional para compreender as necessidades específicas da criança com TEA. Mas o ambiente familiar pode melhorar a sociabilidade por meio de algumas atividades rotineiras.
Veja algumas iniciativas que mães, pais e a família podem tomar:
Atribuir tarefas
Tarefas simples como escovar os dentes e pentear os cabelos melhoram os níveis de concentração e percepções de ação-reação. Atividades caseiras — regar plantas ou colocar a mesa, por exemplo —, despertam e cultivam o senso de responsabilidade.
Isso influencia o aspecto de companheirismo dos pequenos. Pode haver alguma resistência da criança, já que essas tarefas não são muito atrativas. Mas com o acompanhamento de um psicólogo, podem ser pedidos alguns conselhos para provocar a dedicação.
Incentivar jogos e brincadeiras
Promover o aprendizado lúdico das crianças com TEA também contribui para a socialização. Brincadeiras como quebra-cabeça, mímica e jogo da memória influenciam no processo de memorização. Isso favorece a capacidade da criança em ter conversas síncronas e significativas.
Objetos que estimulem os sentidos são muito atrativos para elas. A massinha de modelar é um ótimo exemplo, pois auxilia o desenvolvimento de habilidades psicomotoras importantes para a interatividade nos primeiros anos escolares.
Inserir exercícios físicos na rotina
Muitos estudos demonstram que o exercício físico regular pode diminuir a estereotipia — comportamentos repetitivos que algumas crianças com TEA têm, como balançar o corpo.
Comportamentos agressivos podem ser reduzidos com esportes em grupo, como futebol ou vôlei, pois estimulam o sentimento de equipe e pertencimento.
A hidroterapia, por exemplo, é muito recomendável. Ela trabalha a visão, a audição e a respiração, além de promover mais equilíbrio e autocontrole.
Não esqueça de motivar!
Para que o desenvolvimento dos aprendizados seja mais efetivo, é importante ter atenção aos interesses da criança. Conhecer o que ela gosta e participar junto, narrar seus gestos de forma lúdica ao brincar ou ajudar nas atividades contribui no processo de evolução.
Assim, até os momentos de brincadeira podem contribuir e serem prazerosos no sistema de ensino-aprendizagem.
O papel da escola na interação social da criança com autismo
Quando a criança com TEA começa a frequentar a escola, é preciso que os educadores e orientadores estejam cientes das condições do aluno e trabalhem para que a turma o receba da melhor forma possível.
Cada criança tem um perfil diferente, por isso o processo de ensino precisa de adaptações, orientadas por um acompanhamento pedagógico que perceba os avanços de aprendizagem de maneira detalhada.
Em sala de aula, o professor tem que analisar capacidades subjetivas (sensoriais e simbólicas) para promover o desenvolvimento de competências como a socialização e a psicomotricidade.
Para manter a criança atenta, utilizar objetos que a atraem nas tarefas é essencial. Nesse caso, objetos que gerem identificação fazem com que ela se sinta confortável e é possível aproveitar esse interesse para inserir atividades escolares temáticas relacionadas a eles. Por exemplo: se o pequeno gosta de dinossauros, uma leitura e um desenho sobre o tema facilitam as chances da criança querer ouvir uma história ou aprender a desenhar.
A escola é um local que traz muitos benefícios para os autistas. Jogos e brincadeiras são ótimas formas de aumentar as possibilidades dos pequenos de vivenciar aprendizado e criar laços de amizade com os colegas.
Para que o desenvolvimento da criança aconteça de forma saudável, é recomendado que a família acompanhe de perto e mantenha uma comunicação constante com os professores.
Para uma socialização saudável
As terapias são fundamentais para o desenvolvimento das crianças com TEA. Mesmo com o acompanhamento da família e a participação de uma escola inclusiva, fonoaudiólogos e psicólogos contribuem para um crescimento saudável em todos os aspectos de suas vidas.
No fim, a interação social dos autistas também deve ser um resultado da dedicação de todos nós.
As APAEs, que oferecem diversos serviços como: psicoterapia, fonoaudiologia, terapias ocupacionais, fisioterapia e educação física, têm por objetivo contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial, a autonomia, a inclusão e a melhora na qualidade de vida de pessoas com TEA.
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